A LUZ DA IMACULADA NO CAMINHO DE MEDJUGORJE

de Giuseppe Ferraro

«Eu sou a Imaculada Conceição!» Esta foi a  solene  declaração  que  a  Santíssima  Virgem confiou ao coração simples de Bernardete Soubirus,   naquela   memorável   Primavera de 1858, em Lourdes.
Não foi por acaso que aquele dia era precisamente o dia 25 de Março, Solenidade  da  Anunciação,  aurora  fundamental  da salvação  do  mundo,  selada  pelo  Sim  de Maria ao grande projeto da Graça encerrado  no  Coração  do  Pai  da  Eternidade. Existe, de fato, uma estreita relação entre o Sim de Maria e a irrepetível saudação do Arcanjo, que Lhe proclama a real identidade em Deus de «cheia de graça» isto é, a Imaculada.


As  Aparições  de  Nossa  Senhora em  Lourdes  constituem,   de   facto,   o «grande  início» de um extraordinário plano  de salvação cósmica, que  se  vem  progressivamente  desenvolvendo  no  tempo, através da presença quase contínua da Mãe de Deus  noutras  localidades  do  Planeta, nos  mais  diversos  contextos  culturais  e espirituais,  todas  articuladas  na  economia de  um  único  e  vertiginoso  projeto  de graça,  que Lourdes, Fátima e, por fim, em Medjugorje  encontrou  as  suas manifestações mais significativas.


Em Lourdes, Nossa Senhora apresentou-se ao mundo com o título da Imaculada   Conceição,   um    apelativo que, desde no início das grandes Aparições Marianas do fim do milénio, imprime o selo da  Vitória  Final,  anunciada  no  Livro  do Génesis, sobre aquele que do pecado e da morte é o primeiro artífice e senhor. Uma concreta   confirmação   desta   irrevogável declaração  de  vitória  está  naquele  lugar onde  se  multiplicaram  milagrosas  curas, físicas e espirituais, pela forte gravidez profética,  da  Água  Viva  dada  pelo  Alto,  não vinda  por  mão  do  homem,  à  altura  de «curar as nações» (Ap 22,1) um sinal que já reclama o Reino eterno do Cordeiro no centro da Jerusalém Celeste.
Em Fátima, a Mãe de Deus apareceu  «mais  brilhante  que  o  Sol»  aos três pastorinhos  (Diário da Irmã Lúcia), uma  imagem que  evoca  explicitamente  o «sinal  grandioso:  um  mulher  vestida  de sol», presente no capítulo 12º do Livro do Apocalipse, que  guia  os  filhos  da  Luz  no decisivo combate cósmico contra o dragão e  a  sua  estirpe.  Em  Fátima,  a  Santíssima
Virgem  anuncia  também  a  Vitória  final  do Seu Coração Imaculado  e  revela  a  toda a Igreja, através de poucos, simples testemunhos  escolhidos,  significativamente  longe da  sabedoria  do  mundo,  o  caminho  concreto para conseguir a oferta incondicional da  vida  a  Deus  por meio do Seu Coração Imaculado.   «Quereis oferecer-vos  a  Deus para  suportardes  todas os  sofrimentos  que  Ele  vos  mandará pela conversão dos pecadores?» (mens de 13.05.1917).
 
Em  Medjugorje  irrompe  na  hora do pleno cumprimento, de tudo  o  que nas  precedentes  aparições  foi  prefigurado
e  anunciado.  De  fato,  em  Medjugorje, onde «se encontra a fonte da graça» (Mens. de  08.05.86),  a  Rainha  da  Paz,  desde  há mais de 26 anos, chama multidões de filhos a acolherem o dom da Sua própria Imacularidade, unindo o seu sim ao Seu, na oferta  total  da  vida  a  Deus,  a  fim  de  que  se cumpra  a  salvação  de  todas  as  almas  e  a recapitulação,  em  Cristo,  de  toda  a  Criação, para que se torne eternamente participe  da  vida  incorruptível do  Pai. «Quero salvar   todas   as   almas   e   oferecê-las   a Deus» (Mens 25.08.1991).
 
Existe  portanto  um  essencial  fio espiritual  que   se   desaloja   através   das grandes  aparições  marianas  dos  últimos dois  séculos  e  que  une  diretamente  a graça de Lourdes à de Medjugorje e é precisamente  o fundamental dom celeste da  imacularidade,  graça  espiritual  que em  Lourdes  foi  declarada  constitutiva  da mesma  identidade  de  Maria  e  que  hoje  é por  Ela  oferecida  a  Medjugorje    a  multidões de filhos chamados a doar livremente um  sim  incondicional  a  Deus  através  do Seu Coração Imaculado.


Esta  é  a  grande  chave  espiritual  que Nossa  Senhora  hoje  nos  dá  para  triunfar sobre  todos  os  tipos  de  morte  presente em nós e no Universo, um dom capaz de transformar-nos  concretamente  em  vivos canais  do  Amor  puro  do  Altíssimo  para toda a criação.
 
A Rainha da Paz aparece, de  fato, neste   tempo   para  fazer  desabrochar do Seu Coração Imaculado um povo novo com Ela, intimamente unido à oferta real do Cordeiro, ao serviço da final salvação do mundo, a fim de que «todos recebam  a  vida  em  Cristo»  (1Cor  15,22)  e  a inteira criação, plenamente transfigurada na Luz  de  Novos  Céus  e  Nova  Terra,  seja, finalmente «confiada ao Pai» (1Cor 15,25), para   se   tornar  verdadeira  «morada   de Deus com os homens», na qual Ele  «morará com eles e… enxugará todas as lágrimas  dos seus olhos, não haverá mais mor- te,  nem  pranto,  nem  gritos,  nem  dor, porque    as  primeiras   coisas   passaram (Ap 21,1-4).

Retirado do Eco di Maria 197 - janeiro/2008