A história de Franjo

Meu amigo Franjo é um homem muito prático e que leva a vida com muita sabedoria. Seja no campo, lavrando a terra ou na sua casa, para acolher os peregrinos, o barômetro do seu humor fica sempre igual e mais para o tempo bom. Quando a Rainha da Paz fez a sua entrada na aldeia de Medjugorje pela primeira vez, ele mal chegava no fim da adolescência, mas logo compreendeu que, com Ela, sua vida nunca mais seria igual.

Franjo não é daqueles que engolem qualquer história. Durante toda a sua infância passou fome e teve de lutar muito; para aderir a uma novidade, por mais atraente que seja, ele se certifica de tudo e toma para isso o tempo que for necessário.

Uma noite, Franjo me abriu seu coração e me deu um dos mais belos testemunhos da aldeia de Medjugorje. Ei-lo em poucas palavras:

Havia um mês (desde o segundo dia das aparições) que a aldeia de Medjugorje tinha adotado um novo ritmo de vida. Todo mundo ia à Igreja todos os dias e não era raro que algo de diferente acontecesse.

Uma tarde, Franjo sente-se bastante mal. O pessoal de sua família e os seus vizinhos haviam se aglomerado no caminho que leva à Igreja, os olhos fixos no céu, visivelmente cativados por algum fato estranho que eles contemplam com muita alegria. Exclamações de surpresa escapam de suas bocas. Todos estão vendo algo, exceto Franjo. Por mais que ele olhe na mesma direção, não vê nada no horizonte!

Nas casas, até tarde, as pessoas vão contando todos os detalhes do fenômeno. O sol começou a dançar e raios de cores diversas, tão belos que não dão para descrever, jorravam dele. Avançavam em direção do pequeno grupo, depois recuavam, como numa batida de coração e, por vezes, era possível ver um vulto feminino perto dele. Franjo ouve todas as narrativas com um sorriso amarelo e descobre que ele é mesmo o único que nada viu. Que frustração! Por que não ele ? Será que a Rainha da Paz está de mal com ele ?

No dia seguinte, a mesma coisa acontece numa outra curva do caminho e, novamente, Franjo é o único que nada vê. Então ele cai em si, revê mentalmente toda sua vida para submetê-la a um sincero exame de Raio X sobre a luz do Evangelho e descobre pecados que ele nunca tinha confessado. Começa então uma luta interior. Será que ele vai ter a coragem de contar isso a um padre ? A extraordinária graça de luz trazida à aldeia de Medjugorje pela vinda da Rainha da Paz acaba por levar a melhor. Franjo se confessa, conta tudo, liberta a consciência de tudo o que pesava sobre ela.

Naquela tarde, pela terceira vez, pertinho da igreja, o grupinho pára de repente no caminho: o sol está dançando de novo! E desta vez uma grande cruz de glória também aparece. Franjo levanta timidamente os olhos e... ele vê! Tudo está claro diante de seus olhos. Ele participa das exclamações de todos e seu coração exulta.

- Franjo - perguntei-lhe - como você explica isso ?

- A confissão! Foi a confissão! - responde humildemente mas com segurança - Meus pecados me impediam de ver. Depois da confissão, o véu caiu dos meus olhos.

Relatos de Irmã Emmanuel

Retirado do Jornal Anunciando Medjugorje - secretariado Rainha da Paz - Belo Horizonte/MG